
Quando a FIFA confirmou oficialmente o calendário da Copa Sub-20 Feminina 2024, a expectativa explodiu nos quatro cantos da América Latina. O torneio, que será realizado entre 31 de agosto e 22 de setembro de 2024, tem como palco a Colômbia, país que recebeu o sorteio no Hall 74 de Bogotá em 5 de junho. Para os torcedores brasileiros, o destaque fica por conta da Brasil, que encara desafios fortes no Grupo B, ao lado de França, Canadá e Fiji. A competição também traz uma novidade tecnológica que promete mudar a forma como decisões são tomadas em campo.
Histórico e expansão do torneio
Até 2022, a Copa do Mundo Feminina Sub-20 costumava reunir 16 seleções. Em 2024, a FIFA decidiu ampliar para 24 equipes, um salto que reflete o crescimento do futebol feminino nas Américas, Ásia e África. Essa expansão permite que países como Japão e Coreia do Norte tenham mais oportunidades de exposição em um palco mundial.
O aumento de vagas também trouxe desafios logísticos: três estádios foram escolhidos para acomodar a demanda. O El Campín em Bogotá será a arena da grande final, enquanto o Estádio Atanasio Girardot, em Medellín, recebe os jogos de abertura e a maioria das partidas da fase de grupos. Já o Estádio Pascual Guerrero, em Cali, ficou responsável pelos duelos das semifinais.
Calendário, locais e horário de partida
O cronograma oficial foi revelado no dia 6 de maio de 2024. A partida inaugural acontece às 15h, no Estádio El Campín, com duelos simultâneos do Grupo B em Medellín às 15h30. A seguir, cada dia de jogo segue um padrão de dois confrontos ao vivo, permitindo que torcedores acompanhem tudo em tempo real.
- 31 de agosto: Colômbia x Austrália (Bogotá) – 18h; Brasil x Fiji (Medellín) – 18h;
- 3 de setembro: Colômbia x Camarões (Bogotá) – 20h; Brasil x França (Medellín) – 17h;
- 6 de setembro: Colômbia x México (Medellín) – 17h; Brasil x Canadá (Bogotá) – 20h.
Além desses confrontos, os estádios de El Techo (Bogotá) e de Pascual Guerrero (Cali) receberão jogos dos Grupos C, D, E e F a partir de 1º de setembro.
Os grupos e a lógica do sorteio
O sorteio, realizado em junho, seguiu o critério de evitar que duas equipes da mesma confederação ficassem no mesmo grupo. O resultado gerou seis grupos de quatro seleções cada.
Grupo A: Colômbia (A1), Austrália, Camarões e México.
Grupo B: França, Canadá, Brasil e Fiji.
Grupo C: Espanha, Estados Unidos, Paraguai e Marrocos.
Grupo D: Alemanha, Venezuela, Nigéria e Coreia do Sul.
Grupo E: Japão, Nova Zelândia, Gana e Áustria.
Grupo F: Coreia do Norte, Argentina, Costa Rica e Países Baixos.
Os potes foram definidos com base nos resultados das cinco edições anteriores. O Pote 1, por exemplo, contou com as seleções mais tradicionais, como Alemanha e Japão. Essa distribuição buscou equilíbrio competitivo e evitou "bolões" de determinadas confederações.
Football Video Support (FVS): a nova tecnologia em campo
Em vez do tradicional VAR, a FIFA introduziu o Football Video Support (FVS). O sistema só pode ser acionado a pedido do treinador, com até duas revisões por partida – e uma terceira, caso o jogo vá para prorrogação. Essa mudança visa reduzir interrupções e colocar mais poder de decisão nas mãos das equipes.
Até o momento, o FVS já foi utilizado em três jogos do torneio, resultando em correções de gols anulados e decisões de pênaltis que mudaram o rumo de confrontos decisivos. Técnicos elogiaram a autonomia, mas alguns árbitros ainda apontam que a pressão sobre os treinadores aumentou.
Desempenho das seleções e classificação dos terceiros
O Grupo B ganhou atenção do público brasileiro: a vitória de Brasil sobre Fiji (2‑0) foi seguida por um empate emocionante contra a França (1‑1) e, finalmente, a derrota para o Canadá (0‑3). Com três pontos, o Brasil ficou fora da classificação para as oitavas, sendo eliminado pela Coreia do Norte, que avançou como líder do Grupo F.
Os melhores terceiros classificados foram:
- Canadá (Grupo B) – 4 pontos, saldo +7 (12 gols marcados, 5 sofridos);
- Camarões (Grupo A) – 4 pontos, saldo +1 (4 marcados, 3 sofridos);
- Coreia do Sul (Grupo D) – 4 pontos, saldo 0 (1 marcado, 1 sofrido);
- Argentina (Grupo F) – 4 pontos, saldo -3 (6 marcados, 9 sofridos).
A final acabou sendo um duelo épico entre Japão e Coreia do Norte, com a equipe asiática levando a melhor nos pênaltis. Esse resultado reforça a força crescente do futebol feminino na Ásia.
Impacto e perspectivas para o futuro
Com a expansão para 24 equipes, a FIFA deu um sinal claro de que o futebol feminino está em fase de aceleração. Países que antes lutavam para se classificar agora têm chance de brilhar, o que pode impulsionar investimentos em bases e escolinhas.
Na Colômbia, a escolha das três cidades-sede gerou um boom econômico local: hotéis em Bogotá relataram ocupação de 92% durante a fase de grupos, e o comércio em Medellín viu um aumento de 27% nas vendas de produtos esportivos.
Para o Brasil, a eliminação precoce gerou críticas ao trabalho da comissão técnica, mas também serviu de alerta para a necessidade de renovação de talentos. Já a Argentina saiu do torneio com moral alta, prometendo melhorar seu desempenho nas categorias superiores.
O FVS, ainda em fase piloto, pode se tornar padrão nos próximos grandes eventos, caso os treinadores e federações concordem que a rapidez nas decisões compensa a perda de um árbitro dedicado.
Próximos passos
Faltam poucos meses para a fase final da competição, e a atenção está voltada para a preparação dos times classificados. Enquanto isso, a FIFA continuará monitorando o desempenho do FVS e divulgará um relatório pós‑torneio em dezembro, que deve influenciar o formato das futuras Copas Sub‑20.
Os fãs, por sua vez, aguardam ansiosos pela próxima edição, que já tem data preliminar para 2026, com a possibilidade de ainda mais seleções e talvez a introdução de um quadro de “Melhor Jogadora” com votação popular.
Perguntas Frequentes
Como o novo sistema Football Video Support (FVS) mudou o andamento das partidas?
O FVS permitiu que treinadores solicitassem revisões apenas quando realmente precisavam, reduzindo o número de interrupções. Até agora, foram três revisões que anulavam decisões controversas, mas ainda gera debate sobre a pressão extra sobre os técnicos.
Quais foram as cidades-sede e por que foram escolhidas?
Bogotá, Medellín e Cali foram selecionadas por suas infraestruturas já testadas em grandes eventos (Copa América 2016, Jogos Pan‑Americanos 2011). Cada cidade oferece estádios modernos, boas conexões de transporte e apoio logístico para equipes e torcedores.
Por que o Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos?
Apesar da vitória sobre Fiji, o Brasil perdeu por 0‑3 para o Canadá e só empatou com a França. A defesa vulnerável e a ausência de um artilheiro consistente fizeram com que a equipe ficasse com apenas três pontos, insuficientes para avançar.
Quais seleções se beneficiaram da expansão para 24 times?
A abertura de oito vagas extra deu chance a países como Fiji, Nova Zelândia, Gana e Costa Rica, que nunca haviam participado de uma Copa Sub‑20. Isso aumenta a visibilidade do futebol feminino nesses mercados.
Quando será divulgado o relatório final sobre o FVS?
A FIFA programou a publicação do relatório em dezembro de 2024, quando analisará dados de uso, eficiência e feedback de treinadores e árbitros, influenciando a adoção ou não do sistema em competições futuras.