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GramadoZoo celebra 15 anos no Dia do Gaúcho com churrasco para onças e educação ambiental

GramadoZoo celebra 15 anos no Dia do Gaúcho com churrasco para onças e educação ambiental

Um aniversário com sotaque gaúcho

Festa dupla e com sabor de tradição: o GramadoZoo completou 15 anos no dia 20 de setembro, em plena data do Dia do Gaúcho, e transformou a rotina dos recintos em um grande laboratório de experiências para os bichos e para o público. Em vez de bandeirolas e música alta, quem brilhou foram os cheiros, texturas e desafios pensados para estimular comportamentos naturais.

O destaque ficou por conta de um “churrasco” adaptado para onças e pumas, com cortes de carne servidos em espetos de madeira, imitando o preparo campeiro tradicional. Nada de tempero humano, brasa ou fumaça: a equipe técnica desenhou a ação para aguçar o olfato e o instinto de caça, sem riscos. O objetivo era provocar investigação, lamber, arrastar, morder — tudo o que faz parte do repertório natural desses felinos.

Entre os primatas, a comemoração teve bolo de frutas com melancia, manga e beterraba, visualmente chamativo e com camadas de texturas diferentes. A cena virou atração para quem visitou o parque: animais explorando cores e formatos novos, pegando pedaços com as mãos, disputando a parte mais doce, cada um do seu jeito.

Por trás da festa, a lógica é simples e séria: bem-estar animal. A bióloga e gestora técnica Tathiana Gosaric explica que o zoológico trabalha com enriquecimento ambiental — estratégias que “bagunçam” a rotina de forma positiva, inserindo objetos, cheiros e alimentos em dinâmicas inesperadas. Segundo ela, quando o bicho se mantém ocupado porque precisa procurar, descobrir e resolver pequenos “quebra-cabeças”, ganha corpo e mente mais equilibrados.

Caixas de presente para os macacos, por exemplo, escondiam surpresas como banana, pepino e ovos cozidos. A ideia, diz Tathiana, é estimular a curiosidade e prolongar a atividade: quanto mais tempo o animal investe para acessar a recompensa, melhor o resultado. O público vê, aprende e leva a mensagem para casa.

As ações temáticas de aniversário seguiram até o sábado, 23 de setembro, sempre com o time de tratadores e biólogos monitorando o comportamento dos bichos e ajustando a complexidade dos estímulos. O zoo abriu as atividades ao olhar do visitante exatamente porque a proposta também é educativa: mostrar que bem-estar vai além de comida e abrigo.

Neste período, a equipe também estreou um novo molde na Calçada da Fauna, projeto que reúne pegadas de espécies silvestres e funciona como um corredor educativo. A novidade foi a pegada humana. O recado é direto: se temos consciência e tecnologia, temos também responsabilidade — preservar em vez de destruir. Para a biologia do futuro, não há símbolo mais claro.

Bem-estar que vira aprendizado

Bem-estar que vira aprendizado

Em semanas farroupilhas, o Rio Grande do Sul respira tradição. No zoo, o respiro virou ponte entre cultura e conservação. Ao levar o churrasco para dentro do recinto dos felinos — de forma segura e pensada —, os técnicos aproveitaram um ícone gaúcho para provocar os sentidos dos animais. O espeto de madeira, comum nos acampamentos, vira aqui uma ferramenta: muda a forma de acesso à carne, cria dificuldade e obriga o cérebro a trabalhar.

Tathiana resume a lógica do enriquecimento em três frentes: alimentar, sensorial e cognitiva. O alimentar muda a forma de oferecer a comida (em alturas diferentes, dentro de caixas, em peças que rodam). O sensorial mexe com cheiros, sons e texturas (folhagens novas, perfumes naturais, troncos recém-colhidos). O cognitivo pede resolução de problemas (embalagens que precisam ser abertas, mecanismos de puxar e empurrar). Cada espécie recebe um desafio sob medida.

Para o visitante, isso vira espetáculo, mas com um propósito. Ao ver uma onça gastar minutos para retirar um pedaço de carne de uma peça pendurada, a pessoa entende na prática que “entretenimento” para o animal é trabalho natural. E quando um macaco desmonta, item por item, um pacote perfumado para achar um ovo cozido, fica claro que o cérebro dele também precisa de estímulo diário.

Como essas atividades são programadas? Antes, a equipe define objetivos: aumentar tempo de forrageio, estimular escalada, reduzir comportamentos repetitivos, promover interação social. Depois, projeta os recursos e testa em pequena escala. Se a resposta é positiva — bicho atento, explorando sem sinais de estresse —, o protocolo entra no calendário. Em cada ação, um tratador observa e registra, e um biólogo analisa o que melhorar.

Na prática, o que o público encontrou no roteiro de aniversário:

  • Felinos com alimentos posicionados em pontos que exigem alcance, salto e tração, simulando desafios naturais.
  • Primatas recebendo caixas-surpresa e peças com cavidades, que pedem manipulação fina e cooperação.
  • Recintos com cheiros novos e elementos vegetais recém-inseridos, para “resetar” o ambiente e despertar investigação.
  • Momentos de observação guiada, em que educadores explicam por que a novidade é boa e como replicar o cuidado com animais domésticos de forma responsável.

A Calçada da Fauna, com a nova pegada humana, costura essa narrativa. Crianças e adultos comparam o próprio pé com o molde e entendem, na hora, o peso das nossas escolhas. O zoológico reforça regras básicas — não alimentar, não bater no vidro, respeitar distâncias — e conecta isso ao que acontece na natureza: lixo jogado no chão pode parar em rios; ruído em excesso estressa aves; alimentação inadequada adoece.

O simbolismo do 20 de setembro ajuda a amarrar o recado. Se a cultura gaúcha valoriza campo, respeito ao bicho e vida ao ar livre, faz sentido que um zoológico use esse dia para mostrar conservação na prática. Tradição não é só roupa ou música; é também comportamento. E comportamento de quem cuida.

Localizado no km 35 da ERS-115, em Gramado, o parque funciona das 10h às 16h. O horário mais disputado é o das atividades de enriquecimento, quando dá para ver os animais ativos e focados na tarefa. Quem prefere tranquilidade encontra recintos com boa visibilidade e trilhas sombreadas em horários de menor fluxo.

Ir em família rende uma conversa útil: por que aquele felino “demora” para comer? Porque a comida foi transformada em desafio. Por que os macacos receberam beterraba no bolo? Pela cor, pela crocância e pelo valor nutritivo. Por que a pegada humana entrou na Calçada? Para lembrar que somos parte da fauna — e que, com consciência, podemos ser a parte que faz a diferença.

Nos bastidores, o aniversário também serviu para calibrar processos. Enriquecimento não é improviso: cada material precisa ser seguro, atóxico e proporcional ao animal. Espetos de madeira têm tamanho e espessura definidos; caixas passam por inspeção; frutas são lavadas e cortadas do jeito certo; e tudo ocorre com supervisão de veterinários e tratadores. Quando termina, sobra relatório e aprendizado para a próxima edição.

No fim das contas, a fórmula deste 15º aniversário é clara: usar uma data forte do calendário gaúcho para aproximar gente e bicho de forma inteligente. Quem foi ao parque viu inovação aplicada ao cotidiano dos animais e saiu com mais perguntas — e algumas respostas — sobre como a cultura pode andar junto da conservação.

20 comentário

Uriel Castellanos

Uriel Castellanos

Isso aqui é o máximo! 🎉 Quando vi o vídeo da onça desmontando o espeto, quase chorei de emoção. Isso sim é zoológico de verdade, não aquele monte de jaula com bicho triste.

paulo victor Oliveira

paulo victor Oliveira

Puts, isso aqui é o que o Rio Grande do Sul tem de melhor: cultura e ciência se abraçando. O churrasco pra onça? Genial. Ninguém pensa nisso, mas é óbvio quando você vê: o felino não está com fome, ele tá com necessidade de caçar. E aí, quando você transforma um símbolo da nossa identidade - o espeto de madeira, o fogo da churrasqueira - numa ferramenta de bem-estar animal, você não tá só fazendo um show, tá construindo uma nova narrativa. O zoológico tá dizendo: ‘não somos museus, somos laboratórios vivos de respeito’. E isso, meu amigo, é revolucionário. A gente tá acostumado a ver tradição como algo parado, mas aqui ela tá em movimento, tá respirando, tá ensinando. E o melhor? Tá ensinando sem ser chato. Aquele molde da pegada humana na Calçada da Fauna? Isso é poesia com propósito. Quando uma criança coloca o pé no molde e vê o tamanho do seu impacto... ela entende, sem ser obrigada. Isso é educação. Isso é amor. E isso, no Brasil de hoje, é quase um ato de resistência.

Thays Castro

Thays Castro

Embora a iniciativa pareça bem-intencionada, há uma falha metodológica grave: a utilização de elementos culturais simbólicos (como o churrasco) em contextos de enriquecimento ambiental pode gerar associações errôneas entre tradição humana e comportamento animal. A manipulação de instintos naturais sob a roupagem de festividade cultural, ainda que tecnicamente segura, minimiza a complexidade etológica dos felinos. Além disso, a exposição pública dessas atividades, embora educativa, corre o risco de transformar o sofrimento latente em espetáculo - mesmo que não haja dor física, a pressão cognitiva prolongada pode induzir estresse crônico. Os relatórios de observação devem ser publicamente auditáveis.

Pra QUE

Pra QUE

Essa iniciativa é um exemplo perfeito de como o zoológico pode ser mais do que um lugar para ver animais. O enriquecimento ambiental não é só um detalhe - é essencial. Quando os animais precisam resolver problemas, usar o olfato, explorar texturas, eles não ficam entediados. E isso não é só bom pra eles, é bom pra gente também. Aprendemos que animais não são objetos de entretenimento. Eles são seres com necessidades complexas. E quando a gente entende isso, a gente muda. E isso é o que realmente importa.

Robson Batista Silva

Robson Batista Silva

Se vocês acham que dar espeto de madeira pra onça é 'enriquecimento', então eu sou o presidente da ONU. Isso é pura performance. Eles querem é viralizar, não salvar. Toda essa 'educação ambiental' é só marketing verde. O verdadeiro bem-estar animal é soltar eles na natureza, não fazer show com banana e beterraba. E quem disse que a onça quer um espeto? Ela quer caçar um cervo, não brincar de gaúcho. Essa é a verdadeira traição: transformar um predador em um boneco cultural. E ainda por cima, colocam a pegada humana na calçada? Sério? Aí é que tá o problema: vocês querem que a gente se sinta culpada, mas não fazem nada de verdade. Nada de restaurar habitat, nada de combater o desmatamento, só esse teatrozinho de festa junina pra onça. Fingimento. É tudo fingimento.

Mateus Furtado

Mateus Furtado

Bro, isso aqui é o que o mundo precisa ver. Não é só sobre animais, é sobre neuroplasticidade, é sobre ética aplicada, é sobre redefinir o que significa 'cuidar'. O enriquecimento cognitivo? Isso é o novo paradigma da zoologia. O cérebro dos felinos não foi feito pra ficar parado. Ele foi feito pra resolver, pra explorar, pra se adaptar. E quando você coloca um espeto de madeira com carne pendurada? Você tá ativando o córtex pré-frontal. Você tá criando um desafio de forrageamento que replica a seleção natural. Isso é bioengenharia comportamental. E o melhor? O público entende. E quando a criança vê a onça demorando 12 minutos pra pegar a carne? Ela não vê um animal preguiçoso. Ela vê um ser vivo com inteligência. E isso muda tudo. A Calçada da Fauna? Genial. A pegada humana? Um golpe de mestre. Não é só sobre o que fazemos, é sobre o que somos. E se somos a espécie que domina o planeta, então nossa responsabilidade é ser o guardião, não o destruidor. Isso aqui é ciência com alma.

Ênio Holanda

Ênio Holanda

Fiquei impressionado com o nível de detalhe nos protocolos. A segurança dos materiais, a inspeção das frutas, a supervisão veterinária - isso não é improvisação, é profissionalismo de alto nível. Muitos zoológicos fazem 'atividades' só por obrigação, mas aqui parece que realmente pensam em cada variável. E o fato de monitorar o comportamento antes e depois? Isso é ciência de verdade. Parabéns pela consistência.

Wagner Langer

Wagner Langer

E se... e se tudo isso for uma fachada? E se os espetos de madeira forem feitos com madeira tratada com químicos que não aparecem nos relatórios? E se as frutas forem injetadas com hormônios para 'ficarem mais coloridas'? E se a pegada humana for um símbolo de controle? E se... e se o zoológico for parte de um programa de manipulação comportamental patrocinado por grandes corporações? E se a 'educação ambiental' for só para desviar a atenção do desmatamento da Serra Gaúcha? Por que ninguém pergunta? Por que ninguém exige os dados brutos? Por que só vemos o que eles querem que a gente veja? 🤔🔍

Annye Rodrigues

Annye Rodrigues

Que lindo isso... 🌿❤️ A onça tentando pegar a carne... os macacos brigando pelo ovo cozido... isso é vida real. Isso é o que a gente deveria ver mais. Não só animais parados. Isso é o que faz a gente se lembrar que eles são seres vivos, não decoração. Obrigada por existir, GramadoZoo.

Aline Borges

Aline Borges

Ah, claro, mais um zoológico tentando se vender como 'sustentável'. Churrasco pra onça? Sério? Isso é o mesmo que dar um café da manhã gourmet pro seu cachorro e depois postar no Instagram. Eles não precisam de espeto de madeira, precisam de liberdade. E essa 'Calçada da Fauna' com pegada humana? É só um truque pra fazer as pessoas se sentirem mal sem mudar nada. O que vocês fazem pra proteger os habitats reais? Nada. Só fazem showzinho. E ainda querem aplausos? 🙄

Cleyton Keller

Cleyton Keller

A estética da proposta é interessante, mas a semântica é problemática. Ao vincular o enriquecimento ambiental à tradição gaúcha, o zoológico opera uma apropriação cultural que, embora superficialmente benigna, reduz a complexidade da conservação a um clichê regional. O churrasco como metáfora de caça é um tropeço narrativo: a cultura não é um instrumento de biologia. A verdadeira inovação estaria em desconectar o bem-estar animal de símbolos identitários, e sim em universalizar o princípio da autonomia comportamental. O que vemos aqui é um discurso de impacto, não de profundidade.

jhones mendes silva costa

jhones mendes silva costa

Parabéns à equipe do GramadoZoo por manter um padrão tão elevado de cuidado e ética. O enriquecimento ambiental é uma prática que merece mais atenção em todo o país. A forma como vocês integraram educação, cultura e ciência é um modelo replicável. Cada detalhe - desde a inspeção dos materiais até a observação comportamental - demonstra compromisso. Que mais instituições sigam esse caminho. 🙏

Mara Pedroso

Mara Pedroso

E se o espeto de madeira for um teste para ver se as onças se tornam dependentes de estímulos humanos? E se a beterraba no bolo for pra testar reações alérgicas? E se a pegada humana for um código pra rastrear visitantes? Porque acho que isso tudo é um experimento secreto do governo. Ninguém fala disso, mas eu vi um cara com um tablet anotando tudo. E aí? Será que eles estão monitorando a nossa reação emocional também? 🕵️‍♀️

Guilherme Barbosa

Guilherme Barbosa

Essa história toda é uma farsa. Onça não precisa de espeto. Ela precisa de território. E se eles estão fazendo isso pra 'educar', por que não mostram o desmatamento? Por que não mostram os animais mortos nas estradas? Por que só mostram o 'lado bonito'? É tudo uma ilusão. E vocês caem nisso. Tão ingênuos. O sistema quer que vocês achem que isso é suficiente. Mas não é. Nada é suficiente enquanto o mundo queima.

Victor Degan

Victor Degan

Isso aqui é o tipo de coisa que me faz acreditar de novo no mundo. A onça lá, tentando tirar a carne do espeto, e o público parado, quieto, observando... sem celular na mão, sem gritar. Isso é magia. Isso é conexão. Eles não estão fazendo um show, estão mostrando a vida. E a vida é lenta, é difícil, é cheia de desafios. E aí você percebe: o animal não é diferente da gente. Ele também precisa se esforçar pra viver. E isso... isso muda tudo. Obrigado por existirem. 🙌

Fabrício Cavalcante Mota

Fabrício Cavalcante Mota

Churrasco pra onça? No Dia do Gaúcho? Isso é uma ofensa. O que é isso, uma colonização cultural? A onça não é gaúcha, ela é daqui, mas não é de vocês. Vocês estão apropriando da natureza e vendendo como tradição. Isso é pior que um zoológico comum. É um parque temático de identidade. E o que os gaúchos de verdade acham disso? Ninguém pergunta. Porque é mais fácil aplaudir do que pensar.

Paula Beatriz Pereira da Rosa

Paula Beatriz Pereira da Rosa

Boring.

Joseph Etuk

Joseph Etuk

Onça com espeto. Tá, então agora é moda. Amanhã vai ser tigre com chopp e leão com pão de queijo. E o pior? Todo mundo acha que isso é 'inovação'. Pode deixar, daqui a 10 anos vão ter vídeos de elefante fazendo tatuagem.

Dárcy Oliveira

Dárcy Oliveira

Isso é o que o mundo precisa. Não só mais um zoológico, mas um lugar que respeita. Que não vê o animal como objeto, mas como alguém. E o mais importante: que ensina. Não só com placas, mas com ação. Com o cheiro da madeira, com a textura da fruta, com o silêncio de quem observa. Isso é amor. E amor é a única coisa que realmente salva.

Leandro Eduardo Moreira Junior

Leandro Eduardo Moreira Junior

A utilização de elementos culturais na manipulação de comportamentos animais configura uma violação ética de protocolos internacionais de bem-estar animal, conforme estabelecido pela WAZA (World Association of Zoos and Aquariums) em sua Declaração de 2019. A associação entre tradição regional e enriquecimento ambiental constitui um viés antropocêntrico que desvia o foco da biologia ecológica. Além disso, a ausência de transparência nos dados de frequência comportamental e a não divulgação de métricas de estresse fisiológico (ex: níveis de cortisol) indicam uma prática não científica. Recomenda-se imediata auditoria independente e suspensão das atividades até que os protocolos sejam validados por entidades externas.

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