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Marina Silva abandona audiência no Senado após ataque sexista de senador Plínio Valério

Marina Silva abandona audiência no Senado após ataque sexista de senador Plínio Valério

Ministra do Meio Ambiente enfrenta machismo explícito em sessão decisiva

O clima já estava tenso quando Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, tomou a palavra numa audiência do Senado que prometia ser conflituosa. Em pauta, estava a criação de áreas de conservação marinha no Amapá e uma avalanche de críticas quanto à condução das políticas ambientais do governo. Mas o que chocou o plenário e rapidamente viralizou foi o comportamento do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que cruzou a linha entre o debate duro e a agressão sexista.

No auge da discussão, Valério disparou: “Quero separar a mulher da ministra, porque a mulher merece respeito, a ministra não.” Não faltou reação: Marina interrompeu os trabalhos para exigir uma retratação. Diante da recusa, pegou sua equipe e deixou a sessão, em protesto visível e carregado de significado ao lado de assessoras e servidores, numa cena que repercutiu muito além das paredes do Senado.

Discussão ambiental vira palco para violência política de gênero

Discussão ambiental vira palco para violência política de gênero

O episódio aconteceu justamente quando o debate sobre meio ambiente no Brasil está mais polarizado do que nunca. Ali, além das falas sobre respeito — ou a falta dele — estavam questões profundas em jogo. Uma delas era a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, tema altamente sensível para ambientalistas, mas visto por parlamentares do Norte como fonte de desenvolvimento econômico. A extensão da rodovia BR-319 virou outro ponto quente: para setores do governo e dos movimentos ambientais, representa ameaça às florestas; para políticos como Omar Aziz (PSD-AM), é vital para tirar a região do isolamento.

Marina Silva, experiente em batalhas políticas desde sua primeira gestão na área ambiental, foi alvo preferencial de críticas de Valério e Aziz, que a acusaram de impedir projetos em nome da “burocracia verde”. Porém, o limite foi cruzado quando o debate deixou de ser técnico para atingir diretamente a figura da ministra. Plínio Valério, ciente da provocação, optou por não voltar atrás, mesmo diante de apelos de colegas como Rogério Carvalho (PT-SE), que classificou o episódio como lamentável e inaceitável.

O Ministério das Mulheres também entrou na discussão, rotulando o ataque como violência política de gênero. A nota oficial ressaltou que críticas às ações ministeriais devem ser feitas sem recorrer a discriminação ou desrespeito, frisando que ataques a mulheres em espaços de poder continuam rotina, muitas vezes barrando a participação feminina nas decisões públicas.

  • O presidente Lula, segundo relatos de bastidores, elogiou a postura de Marina Silva.
  • Setores da sociedade civil e organizações ambientais saíram em defesa da ministra, reforçando o papel dela na luta por um desenvolvimento que não destrua a Amazônia.
  • A declaração de Valério reacendeu o debate sobre limites do discurso parlamentar, especialmente quando envolve preconceito de gênero.

A saída da ministra escancarou que a guerra em torno da Amazônia — e do papel das mulheres no poder — está longe de terminar. No fundo, a audiência foi muito mais do que um embate sobre conservação ou infraestrutura: foi um choque de mundos, mostrando que, para além das florestas, há barreiras e resistências muito antigas a serem vencidas nos corredores de Brasília.

13 comentário

Mirian Aparecida Nascimento Bird

Mirian Aparecida Nascimento Bird

Marina fez o certo. Ninguém merece ser reduzida a gênero num debate que deveria ser técnico. Ela representa uma geração de mulheres que não vão se calar pra fazer o país avançar. Essa saída foi um golpe de autoridade silenciosa - e eu, como mãe de duas meninas, me senti representada.

Esse tipo de machismo não é isolado. É sistêmico. E quando ele vem de quem deveria ser exemplo, é ainda mais devastador.

paulo victor Oliveira

paulo victor Oliveira

Olha, eu moro no Amapá e já vi de perto como a BR-319 poderia mudar a vida da gente - sem destruir tudo. Mas o que o Valério fez? Foi um erro grotesco. Não é sobre desenvolvimento X meio ambiente, é sobre respeito. Marina é uma das poucas que realmente sabe o que está fazendo, e ele quis transformar um debate político em um reality show de misoginia.

Se ele tivesse falado isso com um homem, ninguém teria reagido. Mas com uma mulher? Ah, aí é ‘desrespeito’? Não, é só o velho padrão: mulher tem que ser submissa ou é ‘não merece respeito’. Isso aqui é 2025, não 1952.

Edna Kovacs

Edna Kovacs

Ele é um lixo e ela saiu com dignidade ponto final

Joseph Horton

Joseph Horton

A saída dela não foi uma derrota. Foi uma lição. Quando o sistema tenta te desumanizar, a melhor resposta é recusar participar da peça. Ela não perdeu a batalha - ela mudou o campo de jogo.

Isso é o que faz líderes verdadeiros: eles não lutam para vencer no terreno do inimigo. Eles criam um novo terreno.

Robson Batista Silva

Robson Batista Silva

Claro que a mídia vai enaltecer ela, mas cadê os dados? Cadê os estudos que provam que as áreas de conservação não matam o emprego? O senador só falou o que todo mundo pensa: você não pode parar o desenvolvimento do Norte só porque alguém tem um diploma de ambientalismo de luxo. Eles vivem em São Paulo e acham que o Amazonas é um parque temático.

Marina é inteligente, sim. Mas ela também é ideológica. E ideologia não alimenta famílias. A economia real não liga pra ‘violência política de gênero’. Ela liga pra salário, pra estrada, pra gasolina barata.

Uriel Castellanos

Uriel Castellanos

Meu Deus, essa cena me deu até arrepios. Ela saiu com a cabeça erguida e ele ficou lá, com o microfone na mão, achando que ganhou.

Seu problema não é ela, é que você não tem coragem de enfrentar o futuro. E agora vai ter que ouvir todos os jovens falando sobre isso por anos. 💪✊

Thays Castro

Thays Castro

Interessante como o discurso de ‘respeito à mulher’ foi usado para justificar a retirada dela da sessão - mas ninguém questiona o fato de que ela também é uma ministra que bloqueia investimentos estratégicos. O que é mais perigoso: o discurso sexista ou a política de estagnação?

As duas coisas existem. E o silêncio sobre a segunda é tão perigoso quanto o primeiro. 🤔

Avaline Fernandes

Avaline Fernandes

Como especialista em governança ambiental com mais de 25 anos de pesquisa publicada em revistas indexadas, devo afirmar com rigor metodológico que a postura da ministra foi plenamente justificável. O senador Plínio Valério violou o Código de Ética Parlamentar, Artigo 12, Inciso III - ‘proibido o uso de linguagem que desqualifique a competência profissional por motivos de gênero’. Além disso, a sua declaração carece de embasamento empírico e demonstra desconhecimento da literatura sobre equidade de gênero em instituições públicas.

É lamentável que, em pleno século XXI, ainda se permita que esse tipo de discurso seja tratado como ‘debate político’. É um retrocesso institucional. A sociedade civil deve exigir apuração disciplinar imediata.

Alexsandro da Silveira

Alexsandro da Silveira

Todo mundo sabe que essa história é só um show da esquerda. A Marina é uma figura de protesto. O senador só disse o que todo mundo pensa, mas ninguém tem coragem de falar. E agora? Virou um caso de direitos humanos. Cadê o vídeo da reunião anterior onde ela xingou o povo do Norte? Cadê os dados reais da economia local? Ninguém mostra. Só o drama.

Se ela não aguenta o debate, que se aposente. O povo não quer ‘representatividade’. Quer resultado. E ela só traz burocracia e multa.

Pra QUE

Pra QUE

Marina é a única que ainda se importa com o futuro. Os outros só querem o dinheiro da extração. Ela saiu porque não vale a pena perder tempo com quem só entende linguagem de ódio. Quem tem olhos pra ver, sabe o que isso significa.

Eu acredito nela. E não vou parar de acreditar.

Mateus Furtado

Mateus Furtado

Esse é o problema da esquerda moderna: transforma qualquer crítica em opressão. O senador não disse ‘ela é uma mulher’, ele disse ‘a mulher merece respeito, a ministra não’. É uma crítica à atuação, não ao gênero. Mas aí a narrativa é montada: ‘machismo! violência!’. Isso é manipulação emocional, não política.

Se você não concorda com a política ambiental, não é sexista. É democrático. Mas aí você vira ‘inimigo da humanidade’. É cansativo.

Wagner Langer

Wagner Langer

Alguém já pensou que isso pode ser um plano da CIA? Ainda mais agora, com os EUA pressionando por ‘proteção da Amazônia’ enquanto compram madeira ilegal daqui? E se o senador foi usado como isca para gerar um ‘caso de gênero’ que desvia a atenção do verdadeiro objetivo: controlar os recursos naturais?

Se você acha que isso é só ‘machismo’, você não entende o jogo. Eles querem que a gente discuta gênero, enquanto a floresta vira um parque internacional. Pense nisso. 🕵️‍♂️

Thays Castro

Thays Castro

Interessante como o comentário do @2999 gerou tanta reação. Mas aí está o ponto: quando a verdade é incômoda, a gente inventa teorias da conspiração. A ministra foi atacada por ser mulher. Ponto. Não precisa de CIA, nem de plano global. Só precisa de um sistema que ainda não aprendeu a respeitar mulheres no poder.

Isso é real. E é antigo. E é o que continua impedindo o Brasil de avançar.

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