
Disney+ confirma Thunderbolts* e Marvel testa janela mais longa do MCU
A Disney cravou: 27 de agosto de 2025 é o dia em que Thunderbolts* desembarca no Disney+. O detalhe que chama mais atenção? O filme vai chegar ao streaming 117 dias depois da estreia nos cinemas, a maior distância já adotada pela Marvel entre as duas janelas.
Na prática, é um movimento claro de priorização da bilheteria. Em vez de correr para o streaming, a Disney esticou o prazo para garantir mais fôlego na arrecadação e aproveitar ao máximo os formatos premium. Thunderbolts* chegou às salas em 2 de maio de 2025 com exibições em IMAX, Dolby Cinema, RealD 3D, ScreenX e 4DX — exatamente os tipos de sala que elevam o ticket médio e prolongam a vida do filme nas telas grandes.
Essa estratégia marca um ponto fora da curva em relação aos últimos títulos do estúdio. Para comparar: The Marvels levou 92 dias para deixar o circuito e chegar ao streaming; Captain America: Brave New World, 103 dias; e Deadpool & Wolverine, 110 dias. Thunderbolts* ultrapassa todos, com 117 dias.
O caminho até aí foi longo e calculado. O longa teve première em Londres, no Cineworld Leicester Square, em 22 de abril de 2025, e repetiu o tapete vermelho em Los Angeles em 28 de abril. A partir de 2 de maio, entrou em cartaz de forma ampla. Só depois de quatro meses de corrida comercial, é que a Marvel libera o acesso doméstico.
- 22 de abril de 2025 — Première em Londres
- 28 de abril de 2025 — Première em Los Angeles
- 2 de maio de 2025 — Estreia nos cinemas
- 27 de agosto de 2025 — Lançamento no Disney+
Em um mercado que alternou entre janelas mais curtas e experimentos pós-pandemia, o recado da Disney é direto: para eventos do MCU, a lógica passa a ser “cinema primeiro, por mais tempo”. E faz sentido com um título pensado para a tela grande, inclusive pelo desenho de som e pela fotografia voltada a formatos de alta imersão.

O que Thunderbolts* representa: fim da Fase Cinco e anti-heróis em busca de redenção
Thunderbolts* é o 36º filme do Universo Cinematográfico da Marvel e fecha a Fase Cinco. O foco sai dos heróis tradicionais e abre espaço para figuras complicadas, com passado pesado e moral ambígua. A equipe central reúne Yelena Belova, Bucky Barnes, Red Guardian, Ghost, Taskmaster e John Walker — todos já conhecidos do público em produções anteriores do MCU.
Quem viu Black Widow e Hawkeye lembra bem de Yelena. Bucky vem de Capitão América e The Falcon and the Winter Soldier. Red Guardian estreou em Black Widow; Ghost apareceu em Ant-Man and the Wasp; Taskmaster também em Black Widow; e John Walker ganhou espaço em The Falcon and the Winter Soldier. Não é um time nascido do zero, e sim um mosaico de trajetórias que se cruzam em um ponto de ruptura.
No centro da trama está Valentina Allegra de Fontaine, que puxa as cordas e coloca esse grupo numa situação-limite. O “empurrão” força uma aliança improvável e cria um cenário de missão de alto risco em que ninguém é exatamente confiável — nem mesmo os aliados do lado.
A campanha de divulgação resumiu bem o espírito do filme com a frase “One last shot at redemption”. Não é só sobre explosões e confrontos, é sobre segundas chances. Cada integrante carrega algo a expiar: decisões ruins, culpas antigas, lacunas que o heroísmo padrão não resolve. Essa tensão dá ao longa um tom diferente, mais cínico, mas também mais humano.
Como fechamento de Fase, Thunderbolts* funciona como um ponto de virada. Amarra linhas que vinham sendo desenhadas em séries e filmes e prepara terreno para o próximo capítulo do MCU sem depender de uma enxurrada de participações especiais. A aposta está no conflito interno do grupo e em como essas peças desajustadas encontram um motivo comum para seguir adiante.
Na parte técnica, a trilha sonora assinada pelo Son Lux dá o tom. A banda, conhecida por misturar camadas eletrônicas com texturas orquestrais, gravou no lendário Abbey Road Studios, em Londres, em fevereiro de 2025. O álbum saiu por Hollywood Records e Marvel Music em 30 de abril, colado no lançamento nos cinemas. O resultado é uma paisagem sonora que oscila entre o pulso tenso das cenas de ação e um clima melancólico que combina com os personagens.
Esse casamento de estética sonora com a narrativa ajuda a sustentar a sensação de “filme de equipe”, mas sem copiar o molde clássicos dos Vingadores. Aqui, os silêncios importam, os olhares contam história e as escolhas têm custo.
Para quem perdeu no cinema, o lançamento no Disney+ facilita a maratona. Vale revisitar — ou conhecer — as aparições anteriores do time para pegar nuances: os flips de lealdade de Yelena, o trauma de guerra de Bucky, a culpa que assombra Ghost, o perfil de soldado de John Walker, a frieza calculada de Taskmaster, e o humor agridoce do Red Guardian. Essas camadas conversam diretamente com a proposta de redenção que move a história.
Do lado de negócio, a janela mais longa sinaliza que a Disney vê espaço para alongar a cauda da bilheteria em mercados que reagiram bem aos formatos premium e às estreias de blockbuster. Em vez de um relógio fixo, a estratégia parece modular: reduzir a velocidade rumo ao streaming quando há fôlego nas salas e acelerar quando a curva cai mais rápido. Thunderbolts* se encaixa no primeiro caso.
Para os fãs, a data no Disney+ significa acesso amplo a um capítulo que discute segundas chances sem dourar a pílula. Para a Disney, é um teste bem visível de como equilibrar cinema e streaming numa fase em que cada estreia do MCU precisa provar serviço, tanto na emoção quanto nos números.
Resumo prático: agosto guarda a chegada no streaming; antes disso, a corrida nas salas permanece como prioridade. Quem gosta de ver tudo em IMAX ou Dolby tem tempo. Quem prefere o sofá, também já pode marcar no calendário.