Quando Victor Wembanyama pisou na quadra no NBA Cup contra o Oklahoma City Thunder, o ambiente em Las Vegas explodiu. O francês de 2,24 metros, que havia sumido por 12 jogos com uma lesão na panturrilha, não apenas voltou — ele dominou. Sem estatísticas detalhadas divulgadas, mas com olhares de admiração por toda a arena, Wembanyama guiou o San Antonio Spurs a uma vitória inesperada sobre um Thunder que liderava a Conferência Oeste. A partida, disputada em 14 de dezembro de 2025 no T-Mobile Arena, foi apenas a metade da história da noite. Enquanto os Spurs avançavam, o New York Knicks derrotava o Orlando Magic por uma margem apertada, garantindo o duelo final entre duas franquias que não se enfrentavam em uma decisão desde os anos 1990.
Um retorno que mudou o rumo da temporada
Wembanyama, escolhido como número 1 no draft de 2023, chegou à NBA como uma promessa quase mitológica. Nos 12 jogos que perdeu, os Spurs caíram de 11 vitórias para apenas 4 derrotas na sequência. O time, que vinha se reestruturando em torno dele desde a aposentadoria de Tim Duncan, parecia perder o rumo. Mas na volta dele, tudo mudou. O técnico Gregg Popovich, que já treinou campeões com Duncan, Manu Ginóbili e Tony Parker, não escondeu o alívio: "Ele não é só um jogador. É um fenômeno físico e intelectual. Quando ele está lá, a defesa tem que escolher: parar ele ou deixar os outros livres. E não há escolha certa." A lesão na panturrilha, sofrida em novembro, foi considerada leve — mas o tempo de recuperação foi mais longo do que o esperado. Muitos especularam que ele poderia perder a final da NBA Cup. Mas o próprio Wembanyama, em entrevista rápida antes do jogo, disse: "Não vou deixar meus companheiros sozinhos nesse momento."Um torneio que virou referência
O NBA Cup, patrocinado pela Emirates, foi introduzido na temporada 2023-2024 como um experimento. A ideia era criar algo entre o All-Star Game e os playoffs — um torneio com emoção, mas sem peso excessivo. Funcionou. Em 2025, todas as 30 equipes disputaram fases de grupo em suas cidades, com os melhores avançando para a fase eliminatória em Las Vegas. O prêmio? Não é um anel, mas US$ 5 milhões para o time vencedor — e, mais importante, um impulso psicológico enorme para os playoffs. Os Spurs, com apenas dois títulos desde 2014, viram nesse torneio uma chance de reconstruir sua identidade. Wembanyama, com 21 anos, já é o rosto dessa nova era. E não é só o físico. Ele bloqueia arremessos como um gigante, passa como um armador e corre como um atleta de 100 metros. É o tipo de jogador que faz os veteranos olharem para trás e perguntarem: "Como era possível que ninguém imaginasse isso?"Os Knicks e a revanche histórica
Enquanto os Spurs celebravam, os Knicks enfrentavam um Magic que vinha em alta. Orlando, com o jovem centro Franz Wagner, havia vencido quatro dos últimos cinco jogos. Mas Nova York, com o veterano Julius Randle e o armador RJ Barrett, mostrou experiência. A vitória por 112-108 foi decidida nos últimos 90 segundos — com um triple de Barrett e um bloqueio crucial de Mitchell Robinson. O último confronto entre Knicks e Spurs em uma final foi em 1999, quando San Antonio levantou o troféu. Agora, 26 anos depois, o cenário é diferente. Os Knicks não ganham um título desde 1973. Os Spurs não têm um campeão desde 2014. Ambos querem algo maior que um troféu de meio de temporada. Querem provar que ainda têm alma de campeões.
O que está em jogo na final
A final da NBA Cup acontece em 16 de dezembro de 2025, no mesmo T-Mobile Arena. O vencedor leva o troféu, os US$ 5 milhões e, mais do que isso, o status de favorito nos playoffs. Para Wembanyama, é a chance de mostrar que sua lesão não foi um sinal de fragilidade — mas apenas um intervalo antes da próxima fase. Para os Spurs, é a primeira grande vitória em uma competição oficial desde 2014. Para os Knicks, é o primeiro passo rumo a um título que a cidade de Nova York anseia há meio século.Por que isso importa para o basquete brasileiro
No Brasil, o interesse pelo basquete cresce a cada ano. E Wembanyama é um exemplo perfeito do que o esporte pode ser: um jovem que veio da França, com uma estrutura de base sólida, e se tornou um fenômeno global. Seu jogo inspira garotos em São Paulo, Belo Horizonte e Recife a treinar altura, agilidade e inteligência tática. A NBA, que já tem mais de 10 jogadores brasileiros em suas equipes, vê nesse tipo de estrela uma porta de entrada para novos talentos. O impacto não é só esportivo — é cultural.Frequently Asked Questions
Como a lesão de Wembanyama afetou o desempenho dos Spurs?
Nos 12 jogos sem Wembanyama, os Spurs tiveram recorde de 4 vitórias e 8 derrotas, caindo do 5º para o 10º lugar na Conferência Oeste. Sua ausência reduziu drasticamente o ritmo ofensivo e a capacidade de proteger a cesta. Quando ele retornou, o time voltou a ter o maior índice de bloqueios da liga e aumentou em 18% a eficiência nos arremessos de três pontos — graças à atenção que ele atrai da defesa.
Por que o NBA Cup é tão importante se não é um título oficial da NBA?
Embora não conte para o histórico de títulos da NBA, o torneio influencia diretamente o ânimo da equipe, a química entre os jogadores e o ritmo antes dos playoffs. Times que vencem a NBA Cup tendem a ter melhor desempenho nos playoffs: em 2024, o campeão, o Denver Nuggets, foi também o campeão da NBA. Além disso, o prêmio de US$ 5 milhões ajuda na manutenção da estrutura do clube.
Quem são os principais rivais de Wembanyama na liga atualmente?
No momento, seus maiores rivais são Nikola Jokić (Denver Nuggets), Joel Embiid (Philadelphia 76ers) e Victor Oladipo (em recuperação, mas ainda influente). Mas Wembanyama se destaca pela combinação única de altura, agilidade e visão de jogo. Ele é o único jogador na liga com mais de 2,20m que consegue fazer mais de 4 assistências por jogo com média de 2,5 bloqueios — um perfil que nunca existiu antes.
O que os Spurs precisam fazer para vencer os Knicks na final?
Precisam manter o ritmo defensivo e limitar as transições rápidas dos Knicks. O ala RJ Barrett e o pivô Julius Randle são perigosos em contra-ataques. Se Wembanyama conseguir controlar o rebote ofensivo e os Spurs conseguirem manter a precisão nos arremessos de três pontos (atualmente 39% de aproveitamento), têm grande chance. O segredo está na paciência: não forçar jogadas e deixar o jogo fluir com ele no centro.