Intertextualidade: entenda como textos conversam entre si
Já percebeu que uma notícia parece citar outro assunto ou que um filme traz referência de outra obra? Isso é intertextualidade – o jeito que textos, imagens e sons se respondem, criam diálogos e dão camada extra de sentido. No dia a dia, ela aparece nas manchetes, nos programas de TV, nas músicas e até nos jogos. Saber identificar esses cruzamentos ajuda a captar nuances que muitos deixam passar.
Por que a intertextualidade importa nos meios de comunicação
Quando um portal publica um artigo sobre o lançamento de Thunderbolts* no Disney+, ele não fala só do filme. A matéria menciona a “maior janela da Marvel” e liga o assunto ao histórico da própria indústria cinematográfica. Essa referência a práticas passadas cria um ponto de comparação que enriquece a leitura.
Outro exemplo simples: a cobertura do show de Lady Gaga em Copacabana faz menção à transmissão na Rede Globo, ao Multishow e ao Globoplay. Ao citar esses canais, o texto cria um vínculo entre a experiência ao vivo e o consumo digital, lembrando outras ocasiões em que grandes eventos foram distribuídos em múltiplas plataformas. Essa rede de ligações forma uma teia que o leitor reconhece imediatamente.
Mesmo notícias sobre política ou economia podem usar intertextualidade. O artigo sobre o limite do Pix menciona medidas anteriores do Banco Central e cita a Receita Federal, conectando a nova regra a um histórico de combate à lavagem de dinheiro. Quem acompanha o tema percebe que não se trata de uma ação isolada, mas de um esforço contínuo.
Como identificar a intertextualidade no seu dia a dia
Primeiro, procure por nomes, títulos ou eventos já conhecidos. Se a matéria fala de “Game of Thrones: War for Westeros”, ela traz o nome da série para apontar que o novo jogo tem raízes em um universo popular. Isso já cria um ponto de partida para quem já acompanha a franquia.
Segundo, preste atenção nas citações e comparações. Quando um texto menciona a “tatuagem de Raquel” na novela Vale Tudo, ele está dialogando com a versão original de 1988, gerando uma conversa entre duas épocas da mesma obra.
Por fim, observe as palavras‑chave que aparecem repetidas. Termos como “marionete”, “anti‑heróis” ou “lavagem de dinheiro” podem servir como pistas de que o autor está inserindo o assunto dentro de um contexto maior, conectando‑o a debates recorrentes.
Entender a intertextualidade não exige estudo avançado; basta estar atento aos elementos que o texto traz de outros momentos, obras ou discussões. Com prática, você passa a ler entre as linhas e a perceber camadas ocultas que dão mais profundidade à informação.
Agora que você já sabe o que é e como encontrar, que tal aplicar nos próximos cliques? Observe a próxima manchete, o trailer que assistir ou a música que ouvir – a intertextualidade está ali, esperando para ser descoberta.
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